Parceria entre a Record e a
mexicana Televisa, Rebelde completa
nove meses no ar dando sinais de que a aposta juvenil da emissora foi acertada.
Alguns ajustes depois da estreia, o que se percebe é que elenco, texto, direção
e edição, conseguiram formatar um produto que tem o objetivo de ser cada vez
mais original e distante de Malhação,
trama que briga pelo público da mesma faixa
etária.
Com linguagem e velocidade em
sintonia com sua audiência, Margareth Boury, autora responsável pela adaptação
brasileira, mostra que fez o dever de casa, ao deixar o conteúdo de sua novela
bem próximo do formato de seriados americanos. Entre os dramas estudantis
protagonizados pelo sexteto e outros personagens de destaque, é nítida a
inspiração em tiradas e situações já testadas em séries como The
O.C.,The
Big Bang Theory e Gossip
Girl.
É notável também o esforço do
diretor Ivan Zettel em tirar o melhor de seu elenco jovem. Visivelmente mais
entrosados, dos atores principais, apenas Micael Borges ainda mantém um tom
forçado na atuação, mas nada que possa comprometer as cenas dos Rebeldes juntos.
Com a trama cada vez mais musical, chegou a hora dos jovens atores mostrarem
algo além de caras e bocas. E é aí que as sequências ainda não chegaram ao seu
melhor resultado, pois não existe uma boa sincronia entre o canto e a dança dos
protagonistas.
Por ser uma história escorada na
formação de uma banda, é normal que se exija o melhor das cenas de ensaios e
shows. Ainda mais sabendo que, como complemento ao trabalho realizado dentro dos
estúdios de TV, os seis acabaram de lançar um álbum, sob o comando do produtor
Rick Bonadio - que já pilotou discos de muitas bandas nacionais, entre elas,
Titãs, NX Zero e Charlie Brown Jr.
Com canções e arranjos de um
"pop" bobo e rasteiro - que tem tudo para fazer sucesso entre os fãs da novela
-, as cenas de Rebelde ficam
mais interessantes quando as situações não envolvem as músicas gravadas
especialmente para a trama.
Com a parte musical
comprometida, o folhetim mostra-se bem mais eficiente quando o assunto é
comédia. Embora o tom do humor não apresente tantas variações ao usual pastelão,
os atores fazer um bom trabalho, principalmente os mais experientes. Com
destaque para Edwin Luisi, o Genaro, e Floriano Peixoto, na pele do diretor do
colégio Elite Way, Jonas.
Além deles, os professores
interpretados por Eduardo Pires e Daniel Erthal garantem boas risadas aos lado
de Becky, o estereótipo de loura com poucos neurônios, interpretada por Lana
Rhodes. Já com uma segunda temporada garantida, Rebelde tem
fortes ingredientes para continuar agradando os fanáticos pela trama, e os
usuais espectadores perdidos na programação da TV aberta.
Fonte: TERRA
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